terça-feira, 30 de julho de 2013

VESÍCULA BILIAR: SIGNIFICADO METAFÍSICO

...e o sentir-se em condições de enfrentar os grandes obstáculos da vida.


A vesícula biliar é uma estrutura secular que serve como reservatório para a bile. A presença de certos alimentos no duodeno, particularmente a gordura, causa a liberação de um hormônio que alcança a vesícula biliar por via sanguínea, produzindo a contração da vesícula e a expulsão da bile para o duodeno.

Metafisicamente, a vesícula reflete a disposição com que a pessoa enfrenta as dificuldades da vida, sentindo-se livre para se impor diante dos obstáculos. A vesícula biliar mantém armazenada a bile, que, no âmbito metafísico, representa a expressão de nossos conteúdos internos para resolver os problemas da vida.

Nas pessoas que não liberam seus impulsos agressivos, acarretarão complicações na vesícula ou no duto que conduz a bile até o duodeno. A complicação mais comum resume-se na formação de cálculos nessa região, representando a calcificação da agressividade. Os problemas na vesícula surgem nas pessoas rígidas, intolerantes, contrárias a tudo que acontece. Têm dificuldade em digerir o novo e negam os fatos. Sentem-se presas e sufocadas pelas situações que as pressionam constantemente, não conseguem se soltar, liberando sua força para resolver as complicações. Só não conseguem colocar adequadamente sua capacidade resolutiva, comprometendo a vesícula.

Outros dois problemas bastante conhecidos na vesícula são a vesícula preguiçosa e as pedras na vesícula. A vesícula preguiçosa é muito comum em pessoas lentas nas mudanças, que demoram para se adaptar ao novo. Quando requisitadas para algo de que não gostam, reclamam demasiadamente. Acham que ninguém faria nada se não fossem elas para resolver as coisas. Essa resistência em fazer aquilo que lhes cabe gera um desejo inconsciente de conter sua preparação interna, ocasionando-se a redução na função da vesícula.

As pedras na vesícula são constantes em pessoas que param diante das dificuldades, não admitindo serem conduzidas pela natureza. Elas exigem que tudo seja do seu jeito. Quando não conseguem, relutam nas situações, impedindo que as circunstâncias sigam o fluxo normal. Essas insistências tanto prolongam as dificuldades quanto provocam a formação das pedras. A capacidade de atuação da pessoa termina por calcificar-se. 

A incapacidade de alguém em manter as coisas do seu modo gera um impasse que origina frequentes dificuldades. Por meio delas a vida ensina a pessoa a ser menos rígida e intransigente, liberando seus potenciais e deixando a vida se fazer nela com toda a perfeição e abundância inerentes à natureza. Além disso, a liberação da energia presa também sugere a decomposição dos cálculos biliares. Conter-se diante dos obstáculos e dificuldades da vida é perder a habilidade em usar os próprios potenciais e capacidades de resolução, distanciando-se da ação direta na situação.

Quem precisou extrair a vesícula, acometida por algum tipo de problema, desenvolveu a estrutura interna causadora da disfunção que levou a retirar esse órgão. A ausência da vesícula no corpo provoca uma sensação de perda do referencial físico, de armazenagem metafísica da agressividade, deixando a pessoa mais propensa a se impor na situação, falando logo sobre o que pensa a respeito das coisas que acontecem à sua volta. Já não consegue mais guardar nada daquilo que outrora não conseguia expor, nem medir suas palavras para falar sobre aquilo que a incomoda na situação. A maneira que encontra para isso normalmente é por intermédio das brincadeiras e "gozações". Como podemos perceber na grande maioria das pessoas que extraíram a vesícula, elas passaram a ser bem diferentes de antes. Às vezes, até exageram um pouco em suas colocações, como se quisessem tirar o atraso do tempo em que se calaram, não conseguindo impor suas vontades. 

Aqueles que conseguem liberar sua força agressiva, mesmo depois de perderem a vesícula, atingem um estado de saúde interior graças ao equilíbrio das ações. Mesmo percorrendo um caminho de dor e deterioração de um órgão de seu corpo, isso é imprescindível para o restabelecimento físico, psíquico e emocional.

(Extraído do livro "Metafísica da Saúde - Vol. 1" de Luis Antonio Gasparetto e Valcapelli)

segunda-feira, 29 de julho de 2013

"DEUS ESCREVE CERTO POR LINHAS TORTAS..."


Deus, dizem alguns, escreve certo por linhas tortas... 
Nada mais equivocado... 

Deus nada escreve sobre nossas vidas e escolhas... 
Nada faz por nós, tudo fez e faz para nós... 

A cada ser possibilita, através dos infinitos recursos no tempo, 
escrever o próprio destino, 
permitindo que nosso livro da vida possa, periodicamente, ser revisto, ampliado, atualizado e reeditado... 

Deus não escreve nada... Nós escrevemos... 
Ele apenas publica aquilo que decidimos como roteiro...

by Wladimir Baptista

domingo, 28 de julho de 2013

Modificando nosso cérebro, modificamos a nós mesmos





O neurocientista Richard Davidson acredita que a compreensão da neurobiologia das emoções pode ajudar a todos nós a desenvolver o "estilo emocional” mais adequado para melhorar nossas vidas.

Richard Davidson, começa o dia com uma meditação de 45 minutos, desde que ele visitou a Índia e Sri Lanka como estudante em meados dos anos 70. Essa prática acalma e lhe permite superar o estresse relacionado à profissão.
Em seu novo livro "A vida emocional do cérebro", Davidson explica porque a meditação e outras práticas semelhantes podem ajudar as pessoas a administrar melhor suas emoções, levando-as a uma vida mais produtiva e feliz.
Davidson, professor de psicologia na Universidade de Wisconsin-Madison, passou quase 40 anos estudando o funcionamento do cérebro a partir das emoções. Em seu livro, ele descreve, de forma empírica, seis "estilos emocionais."
De acordo com Davidson, a plasticidade do cérebro permite, através de práticas como a meditação e terapia cognitivo-comportamental, alterar o estilo emocional das pessoas.

O que mudou na compreensão das emoções pelos psicólogos no transcorrer desses anos de pesquisa?

Até meados da década de 1970, havia muito pouca pesquisa sobre as emoções. Os psicólogos cognitivos na época consideravam a emoção como algo que “interrompia” a cognição.
A ideia de que as emoções são adaptáveis, que elas podem desempenhar um papel importante na tomada de decisões e influenciando o comportamento, surgiu muito mais tarde.
A ideia de que o córtex está envolvido com as emoções era realmente uma heresia, porque o foco no campo das neurociências estava baseado exclusivamente no papel do tronco encefálico.
A emoção era considerada um processo psicológico primitivo.

O que levou a pensar que a emoção pode estar ligada ao córtex cerebral e não somente ao tronco encefálico?

Havia duas linhas de evidência. Uma relacionada a uma série de pesquisas realizadas em pacientes com danos cerebrais, que indicavam claramente que o dano cortical levava à interrupção das emoções.
A outra estava simplesmente ligada às minhas observações. Sendo um estudante do comportamento, estava muito claro para mim que quando nos comprometemos a tomar decisões complexas (por exemplo, "Eu quero esta pessoa como companheiro?", "Eu tenho que fazer esse curso de especialização?", "Eu devo realizar ou não esta compra importante? ") não estamos lidando com um frio cálculo cognitivo. As decisões complexas exigem o envolvimento de nossas emoções.

Em seu livro, você fala sobre "seis estilos emocionais." Quais são esses seis estilos, e como identificamos?

Os seis estilos emocionais surgiram ao longo de 30 anos de pesquisa neurocientífica.

O primeiro estilo é aquele que eu chamo de resiliência. Refere-se a rapidez (lentamente ou rapidamente) com que somos capazes de lidar com a adversidade. Algumas pessoas levam um longo tempo para se recuperar de situações difíceis, enquanto outras são capazes de se recuperar muito rapidamente.

O segundo estilo emocional é o “outlook” (perspectiva). Isso se refere à duração de uma emoção positiva. Está associado à propensão de ver o mundo de forma positiva ou não.

O terceiro estilo é a intuição social. Refere-se à capacidade de decodificar as emoções dos outros.

A quarta dimensão é o que eu chamo de auto-consciência, refere-se à precisão com que decodificamos os sinais internos do corpo associados com as emoções, como a frequência cardíaca, a sudorese e a tensão muscular.
Algumas pessoas são muito sensíveis ao que está acontecendo dentro de si mesmas, outras menos.

A quinta dimensão é o contexto. Quero dizer a sensibilidade ao contexto. Algumas pessoas modulam suas respostas emocionais de forma adequada ao contexto (por exemplo, eles falam com suas esposas de uma maneira diferente da maneira como falam com seu chefe). Outras pessoas fazem menos distinção entre contextos.

O sexto e último modelo emocional é a atenção (ou foco), que não é geralmente considerada como um componente emocional. Mas a atenção e as emoções estão muito ligadas.

No livro, eu descrevo os circuitos cerebrais subjacentes que suportam estes estilos e eu também destaco algumas experiências fundamentais que levaram à formulação de cada um deles.

Pode dar um exemplo?

Claro. A resiliência, por exemplo. - Todos nós, mais cedo ou mais tarde na vida, somos confrontados com a adversidade. E a resistência às situações adversas é muito importante para o processo que conduz, ou não, à psicopatologia, em particular no que se refere a perturbações do humor e ansiedade.
Ser capaz de se recuperar rapidamente é essencial.
Os experimentos que levaram à conceituação desse estilo ocorreram no início de minha carreira. Nesses estudos, constatamos que as pessoas diferem entre si, na medida em que algumas apresentam o hemisfério esquerdo mais ativo do que o direito, e essas diferenças são estáveis ​​no tempo.
Verificou-se que as pessoas com uma maior ativação do hemisfério esquerdo recuperam-se mais rapidamente quando submetidos a estímulos emocionais negativos administrados em laboratório.

Você acredita ter identificado todos os estilos emocionais, ou poderiam existir outros?

Não considero esses seis estilos emocionais como definitivos. É muito importante ressaltar que se trata de uma hipótese, baseada em pesquisas realizadas. Mas a ciência não é estática, e os nossos modelos estão sempre evoluindo. Tenho certeza de que daqui a 10 anos iremos pensar de forma diferente, pelo menos em parte.

É importante acrescentar que um estilo não é melhor do que outro. Muda de pessoa para pessoa e de acordo com o ambiente em que se vive. Algumas pessoas, por exemplo, podem ter uma “intuição social” muito pobre e podem não ser muito hábeis na decodificação de sinais não-verbais das emoções, mas ao mesmo tempo podem adequar-se perfeitamente para trabalhar com máquinas. Por exemplo, podem ser programadores bem sucedidos, que preferem não gastar muito tempo saindo com os outros. Também precisamos de pessoas assim em nossa sociedade.

Parece, no entanto, que alguns estilos podem tornar a vida mais difícil, por exemplo, se a resiliência diante da adversidade é muito baixa. Como as pessoas podem descobrir se seu estilo emocional é adequado ou não?

Boa pergunta. Acredito que, em casos extremos, a pessoa possa estar ciente disso. Por exemplo, se as pessoas não estão sendo capazes de lidar com as dificuldades da vida diária, então provavelmente sabem que seja qual for o estilo emocional adotado, este não é o ideal.

Em nosso meio há, provavelmente, muitas pessoas que não estão conscientes do seu estilo emocional.
Na verdade, um propósito importante deste livro é ajudar as pessoas se tornarem mais conscientes, porque a consciência é o primeiro passo para promover a mudança.

Os estilos emocionais, então, podem mudar. De que maneira?

Uma de minhas principais premissas é que os estilos emocionais são baseados em circuitos específicos do cérebro. E, como sabemos que o cérebro tem uma certa plasticidade, os nossos estilos podem ser alterados pelo que eu chamo de intervenções comportamentais “neuro inspiradas”. Na verdade, existem práticas desenvolvidas a milhares de anos atrás, que provam ser muito úteis para esse fim, provenientes das tradições meditativas.

Fui muito influenciado por esse tipo de saber. No livro eu falo sobre o meu primeiro encontro com o Dalai Lama, em 1992, que desempenhou um papel fundamental na minha carreira, tanto profissionalmente como pessoalmente.
Os seus métodos são muito simples e podem ser ensinados, de uma forma completamente laica, para transformar a mente e mudar o cérebro e, por conseguinte, possibilitando modificar os estilos emocionais.
Por exemplo, um método muito popular de meditação é chamada de meditação de auto-consciência. Este método ensina as pessoas a prestar atenção sem julgar.

A característica de não ser crítico é muito importante, porque nas interações emocionais - particularmente as negativas – se presta atenção julgando, e esses julgamentos levam a “ruminação” mental.
Por exemplo, se brigamos com alguém na parte da manhã, algumas pessoas tendem a reproduzir mentalmente a discussão que ocorreu durante todo o dia. E isso tem um efeito deletério sobre o nosso humor e nosso comportamento durante várias horas após o incidente.
A atenção não-crítica permite uma recuperação mais rápida em face a adversidade. Uma pesquisa recente está mostrando exatamente isso.

De que forma a prática da meditação tem influenciado o seu trabalho e seu estilo emocional?

Eu a utilizei para ser mais calmo. Não que eu fosse um tipo irascível, mas certamente às vezes eu ficava visivelmente irritado. E eu diria que a frequência desse tipo de comportamento mudou drasticamente ao longo dos últimos 10 anos especialmente. Estamos falando de um comportamento muito real.

Do ponto de vista de um observador externo, levo uma vida muito estressante. Eu viajo muito, trabalho muitas horas por dia e em uma área muito competitiva: tenho que obter bolsas de estudo, produzir muitas publicações, dirigir um laboratório, com o cumprimento de prazos muito restritos. E na maior parte do tempo faço tudo isto com suficiente tranquilidade - mesmo que não seja perfeitamente, sempre existindo muitas oportunidades de melhoria. Mas eu não acho que poderia fazer o que faço, da mesma forma que faço, sem a prática da mediação diária.
Devo ainda acrescentar que a palavra "meditação" vem da palavra sânscrita "familiarização".

E de acordo com esta definição, a meditação é na realidade familiarizar-se com a própria mente. Eu iria mais longe ao dizer que para um estudante da mente, um psicólogo, seria muito útil fazer meditação, pois é uma prática que permite a você se familiarizar mais com própria mente... E isso, creio, vai ajudá-lo a desenvolver melhor a profissão de psicólogo.


Artigo de Lea Winerman - http://www.apa.org/monitor/2012/09/brains.aspx

segunda-feira, 22 de julho de 2013

17 coisas que talvez não contaram à você

Fonte: www.snotm.com
Ok... Você faz parte deste mundo e talvez não tenham lhe contado algumas coisas que podem fazer toda a diferença quando tiver que fazer  escolhas fundamentais em sua vida... Vamos lá:
1. Seu salário não determina o quão bom você é como pessoa
2. As coisas que são difíceis de serem ditas, geralmente são as mais importantes
3. Você ainda é fraco se só é bom em uma única coisa
4. Encontre alguém com quem você possa rir de praticamente tudo e o resto ficará bem
5. Ninguém vai conceder seus desejos, é melhor que você os faça acontecer
6. Separe um tempo para ser preguiçoso, isso é bom pra você
7. Devagar é o novo rápido…e incrível também
8. Fato: grandes empresas vão sugar seu sangue e sua alma…tente evitá-las
9. Pensar muito sobre um problema não vai, necessariamente, torná-lo mais fácil de resolver
10. “Olá” é a palavra mais poderosa contra a solidão
11. Você não pode se livrar dos seus medos…mas pode aprender a viver com eles
12. Culpa é um sentimento inútil
13. Pessoas que sempre dizem a verdade sempre sem se importar o quão doloroso é, são idiotas... e ponto final.
14. Desafie-se um pouco todos os dias
15. Diversão é um conceito relativo
16. Não tem problema mudar de idéia sobre pessoas e coisas na sua vida…apenas tente fazer sentido
17. Sempre seja você mesmo, a menos que você seja um canalha arrogante

domingo, 5 de agosto de 2012

Desistindo da vida...



Na próxima segunda feira, 06/08, a partir das 20hs, estaremos falando sobre o tema "Não são os sãos que precisam de médico: o suicídio...", como sempre sob a ótica da Doutrina Espírita, no Lar Espírita "AURORA DE LUZ", à Rua Delfim Moreira nº 153 - Embaré - Santos.

Atualmente, conforme publicado há algumas semanas no jornal Folha de São Paulo, baseando-se em pesquisas desenvolvidas pelo The Lancet (periódico de mediciana) e pela OMS (Organização Mundial de Saúde), o suicídio é a 2ª maior causa, no mundo, de mortes entre jovens e a primeira causa de óbitos entre garotas entre 15 e 19 anos... Todo ano, somente considerando os casos devidamente documentados, são mais de 1 milhão de suicídios no mundo todo, sendo que as tentativas "frustradas" ultrapassam a casa dos 20 milhões... isso oficialmente, o que infelizmente pode significar um número muito maior...

Mas não se trata simplesmente de números... São seres humanos, muito jovens na sua maioria, abrindo mão do futuro... da vida... Por quê? O que podemos fazer a respeito?

Vamos conversar?


domingo, 8 de julho de 2012

Alma, corpo, mente, ego e personalidade: partes de um Ser que busca a si mesmo

Seja por conta de nossas próprias buscas, no esforço por compreendermos as forças que compõem ou que agem sobre nossa própria vida, ou no exercício de nossas atividades profissionais e portanto no contínuo exercício de dar suporte aos nossos pacientes na superação de seus conflitos e/ou sofrimentos, nos deparamos constantemente com o desafio de separar aquilo que nos define como Ser daquilo que pensamos Ser, ou o que é pior, daquilo que acreditamos que “temos” que Ser.

E assistimos, constantemente, inclusive em nós mesmos, um esforço por nos “livrarmos” das partes que identificamos como indesejadas, arriscando muitas vezes a perdermos aquilo que nos dá, apesar do sofrimento, a noção de quem somos realmente ou onde talvez resida a “força”, a vontade (mesmo que momentaneamente envolvida em objetivos ilusórios e/ou limitantes) imprescindível ao processo de transcendência e de realização do que trazemos potencialmente dentro de nós.

Infelizmente nossa cultura ocidental, tão segura ao lidar com os fatores externos do Ser, revela-se extremamente limitada ou presa a paradigmas que há muito não nos satisfazem em nossa busca por entendimento daquilo que somos em essência, além do espaço e do tempo, no recôndito de nossas almas.

E assim pensando nos deparamos esta manhã com um texto extremamente interessante, cujas palavras e idéias que se formavam, a medida em que o liamos, iam ocupando alguns espaços vazios entre nossas dúvidas. Obviamente, ainda são tantas as perguntas a responder, mas isso não me impediu de querer compartilhar com vocês algo que talvez possa trazer algumas respostas, ou pelo menos manter em movimento a reflexão sobre nosso viver.

Espero que apreciem o texto a seguir, retirado do livro “Tudo pode ser curado”, de autoria de Martin Brofman... Namastê...

“A mente é uma ferramenta da consciência e é apenas uma parte dessa consciência... Quando uma criança vem ao mundo, ela é uma alma que se manifesta através de uma consciência individualizada, o espírito. Possui de igual modo uma mente que está associada ao Chakra Amarelo (também chamado Mental ou Plexo Solar) e que ela utiliza no seu processo de aprendizagem. Quando aprende a reagir a certos sons (o seu nome, por exemplo) ou a comportar-se de certa forma, ela é recompensada com amor. Rapidamente começa a identificar-se com as coisas que conhece, em vez de identificar-se com aquilo que ela é, e dessa forma desenvolve, igualmente no nível do Chakra Amarelo, a personalidade.

Essa personalidade consiste, portanto, para a criança, na sua identificação com a sua mente, situação essa que tem sido definida no ocidente como sendo norma da sociedade, a nossa definição de normalidade.

Por vezes, a personalidade está em concordância com o espírito e, por outras, parece estar querendo caminhar em outra direção, criando uma tensão, até que ambas possam de novo ficar alinhadas. O Ser interior, o espírito, poderá desejar uma coisa, enquanto que a personalidade poderá sentir alguma dificuldade a esse respeito, porque vive pressionada pelas inibições que lhe são impostas pela sociedade. Algumas das referidas inibições podem ser de algum valor, no sentido de que protegem a sociedade, mas outras, pelo contrário, apenas impendem as pessoas de serem elas próprias e de viverem as suas verdades. As tensões assim criadas podem dar origem eventualmente a sintomas, até o momento em que a pessoa consiga regressar a ser quem ela é na verdade, e passe a viver a sua verdade, optando por deixar de ficar à mercê de idéias auto-limitadoras.

Ela pode igualmente optar por viver num setor da sociedade que dê valor àquela maneira de ser que a faz sentir feliz e que para ela é natural.

Embora o desejo de viver a paz interior seja grande, devido a uma forte identificação com a atividade mental, milhares de pessoas na sociedade ocidental sentem-se pouco à vontade com a idéia de permitir que a mente descanse. As suas mentes deixaram de ser meras ferramentas e passaram a ser os seus mestres.

A reconquista da maestria da nossa própria mente passa pela tomada de decisão consciente de quais idéias aceitamos ou rejeitamos, escolhendo as percepções em vez de permanecermos à sua mêrce, e desenvolvendo a capacidade de permitir que a mente descanse na inatividade até o momento em que ela seja de novo requerida para o processo analítico. Ao procedermos dessa maneira, advirá uma faculdade acrescida de estarmos presentes e de vermos as coisas tal como elas são, em vez de as vermos através do filtro de percepção das ideias preconcebidas que possuímos acerca do que é verdade.

Dessa forma passa a haver, igualmente na consciência, mais paz e mais calma e uma capacidade acrescida de comunicação com outros níveis de consciência, em vez da negação dos impulsos intuitivos por ideias preconcebidas e por elaborações racionais para não os seguir.

Quando a personalidade caminha em outro sentido que não aquele em que segue o espírito, a nomeamos frequentemente de Ego. Enquanto muitas disciplinas espirituais estão vocacionadas no sentido da destruição ou subjugação do ego, podemos igualmente ver esta postura como uma forma de combate contra algo que faz parte de nós, criando tensões adicionais pelo fato de discriminar essa parte de nós, tornando assim mais difícil ainda a tarefa de nos libertarmos de todo esse processo.

Faz mais sentido uma aceitação de todos os aspectos de nós mesmos, combinada com uma opção consciente de nos alinharmos com aquilo que, em níveis profundos do nosso Ser, é verdadeiro para nós, alinhando a personalidade com o espírito e removendo desse modo a tensão, sem minimizar ou destruir qualquer aspecto daquilo que somos.

Uma forma de o fazermos é através da tomada de consciência de que tudo que acontece nas nossas vidas não é mais do que aquilo que realmente queríamos que acontecesse, o reflexo de decisões que tomamos em um nível profundo. Ao admitirmos este fato, reconhecemos desse modo que o espírito tem nos guiado e que é possível nos libertarmos de tensões passadas, ao situarmo-nos no momento presente reorientados de maneira mais positiva em relação ao futuro.

Podemos igualmente decidir que estivemos de algum modo fazendo a coisa acertada embora não tivéssemos consciência das boas intenções de nossas ações. Estas têm sido feitas em perfeita concordância com as sensibilidades e com os valores, que formam as bases das nossas prioridades e de todas as nossas decisões.

O que acaba de ser dito está em conformidade com a filosofia tibetana que afirma que em virtude daquilo que você é, sempre foi e sempre será, não há jamais qualquer necessidade de se desculpar ou de justificar pelas ações que tenha assumido. Por esse prisma, você tem sido sempre guiado pelo espírito e tem sempre feito a coisa certa, de acordo com os valores pelos quais tem vivido.

Poderá também, claro, reconhecer certos modos de ser passados que não tenham proporcionado resultados satisfatórios para você, independentemente da justificação que possa ter criado em apoio dessas maneiras de ser, e tomar em seguida a decisão de que já não precisa fazer as coisas dessa maneira. Poderá, então, reconhecer prioridades diferentes e, com base nelas, estabelecer valores diversos, tendo a possibilidade de ter uma vivência diferente da que você teve até então.

Ao fazê-lo, aceita uma outra maneira de ser que funciona melhor para você, e passa a sentir maior paz em seu íntimo. Não precisa continuar a identificar-se com as ações do Ser que deixou de existir, nem sequer a justificá-las. Passa, ao invés disso, a encarar esse Ser com maior compaixão e a viver o que resta da sua nova vida. Liberta-se desse modo do sofrimento que impôs a si próprio e renasce nesse mesmo instante numa outra experiência de vida que o faz sentir-se muito melhor e na qual vive uma felicidade maior.

Será, então, igualmente capaz de viver na consciência a liberdade que lhe permitirá explorar níveis mais profundos do seu Ser, considerados mais elevados.”

Paz e Harmonia Sempre...